quarta-feira, 2 de abril de 2008

Um alerta! Olhe que não acontece só aos outros!!!

O Verão aproxima-se e o risco de Cancro da Pele aumenta

O bronzeado está sempre na moda, mas esta é uma das imagens da beleza que precisa de ser urgentemente destruída. Ribas dos Santos, director da LPCC-NRN e médico dermatologista, volta a alertar para os riscos da exposição solar e a reafirmar que o cancro da pele pode ser um problema grave.
Eduarda Vasconcelos

Com o Verão e as férias a aproximarem-se, a população não resiste e começa a rumar de armas e bagagens para as praias do litoral do País. Também nesta altura do ano ecoam os alertas e as chamadas de atenção para os malefícios da exposição solar, acções estas que ganham contornos de maior divulgação no Dia Nacional da Prevenção do Cancro Cutâneo que se assinala hoje.
É que o cancro da pele pode não parecer um cancro igual aos outros, mas não deixa de ser cancro e... pode inclusive matar.
Segundo adiantou ao JANEIRO o director da Liga Portuguesa Contra o Cancro-Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN), Fernando Ribas dos Santos, são diagnosticados por ano em Portugal 10.000 novos casos de cancro cutâneo menos grave, os chamados carcinomas basocelulares e espinocelulares, e 800 novos de melanoma, o mais maligno dos tumores. Estes números eram bastante inferiores na década de 1930, tendo, porém, desde essa altura vindo a duplicar no País e na Europa a cada década que passa.
Porque nunca é demais relembrar, Ribas dos Santos, que é também vice-presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo e consultor internacional da Skin Cancer Foundation Americana, reforça as indicações sobre os cuidados a ter: “As crianças até aos dois anos não devem ser directamente expostas porque a sua pele é muito transparente.

A partir dessa idade devem usar chapéu, t-shirt e um bom protector solar; as pessoas em geral devem aplicar o protector solar de duas em duas horas e este não deve servir para aumentar o tempo de exposição; deve evitar-se ir à praia entre as 12h00 e as 16h00;
se se apanhar uma queimadura solar ou se se tiver sinais suspeitos deve procurar-se um médico; ter cuidado com o sol quando se está em actividades ao ar livre; e evitar os solários”.
A juntar a todos estes concelhos, o médico dermatologista lembra que o tempo enublado é perigoso e enganador. “Deve ter-se uma preocupação especial nestes dias porque os raios UVA e UVB passam na mesma, embora não pareça”, frisou, acrescentando que também é necessário ter-se cuidados especiais com o sol dos trópicos e quando se está em locais de grandes altitudes. Para as grávidas, o alerta deixado é o de que é expressamente proibida a exposição solar directa.


Cuidado com o Sol

Fernando Ribas dos Santos defende que a moda do bronzeado deve ser de uma vez por todas destruída e observa mesmo que o bronzeado “não está na moda e é piroso”. O responsável atenta ainda aos portugueses que apesar de nas estatísticas Portugal ser tendencialmente comparado com os países mediterrâneos, nós não somos exactamente como esses povos e somos indivíduos de maior risco. “Temos uma forte influência celta e seguramente a nossa pele é mais clara do que imaginamos”, avançou. No caso das características físicas, poder-se-á destacar que as pessoas de pele clara, cabelos ruivos ou loiros, olhos claros, com muitos sinais ou sardas são as que correm mais perigo. Lavradores, pescadores e trabalhadores da construção civil fazem também parte do grupo de risco.


Mulheres mais expostas

O cancro cutâneo manifesta-se num período que varia entre 10 a 20 anos depois do factor iniciador, indicou o director da LPCC-NRN. Tal significa, por exemplo, que uma pessoa que apanhou um escaldão aos 15 anos poderá apenas ver um eventual cancro manifestar-se a partir dos 25. Refira-se complementarmente que a incidência é maior nos jovens e na população feminina, de tal forma que o cancro da pele é hoje o segundo mais frequente nas mulheres entre os 20 e os 29 anos (depois do da tiróide) e também nas que têm entre 30 e 39 anos (depois do da mama). Apesar de não ser o único responsável pelo cancro cutâneo, o sol é o factor casual de cerca de 90 por cento dos casos de cancro de pele no País. Com os avanços da ciência e devido ao facto de cada vez mais o problema ser detectado de forma precoce, a maioria dos cancros tem cura. Esta faz-se por via de uma pequena cirurgia ou através de crocirurgia, laser e radioterapia que destrua ou remova a pele afectada.
De dois em dois meses, convém que as pessoas façam um auto-exame à pele para detectar eventuais alterações dos sinais ou aparecimento de nevos novos. Esta atitude é fundamental em termos de prevenção. Mas mais importante é a prevenção primária que tem por objectivo reduzir a incidência, pelo que actua antes do desenvolvimento da doença. A LPCC-NRN tem aqui um papel activo, nomeadamente com deslocações às escolas e desta forma sensibilizando educadores, professores e crianças. Estas iniciativas decorrem também noutros âmbitos por forma a que a informação chegue à população em geral.

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Projecto da LPCC-NRN

Rastreios todo o ano

Como forma de assinalar na próxima segunda-feira o Dia Nacional da Prevenção do Cancro Cutâneo, a LPCC-NRN e 30 unidades hospitalares de todo o País promovem exames gratuitos. O director da Liga adiantou ao JANEIRO que o rastreio da organização estende-se pela terça-feira e existe um projecto para os implementar durante todo o ano. Fernando Ribas dos Santos especificou que a ideia é tornar os exames profilácticos em algo rotineiro pelo que a Liga está a idealizar a sua realização de uma forma mensal, semanal ou bi-semanal. Além da necessidade de prevenção, a iniciativa visa dar resposta a mais pessoas que se mostram interessadas em fazer o rastreio, mas que acabam por não ter a possibilidade porque assim que são anunciadas as inscrições elas são no imediato preenchidas.

fonte : O primeiro de Janeiro

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