quarta-feira, 18 de março de 2009

Cancro, e notícias importantes!

Mais dois artigos de muito interesse da amiga Isalenca, retirados do blogue Superglamorosas.




IsaLenca said...
Ordem dos Médicos apoia recurso a tribunal de doentes oncológicos
18.03.2009, Paula Torres de Carvalho in Público
O bastonário defende a existência de "um organismo criado por médicos que estabeleça regras para os diferentes casos com base em critérios clínicos". Ordem já recebeu uma queixa
A Ordem dos Médicos quer conhecer os casos concretos em que as administrações hospitalares recusaram o tratamento a doentes com cancro numa fase incurável. O bastonário promete o "apoio aos doentes" que recorram ao tribunal e compromete-se a "denunciar os casos" em que estes estejam a ser lesados nos seus direitos.
Estas situações têm sido transmitidas, em conversas informais, a responsáveis da Ordem, mas, até agora, apenas um médico formalizou uma queixa contra o director clínico de um hospital da região do Médio Tejo que, em 2007, não autorizou a prescrição de um medicamento a um doente oncológico. Este processo está ainda a ser apreciado pela Ordem dos Médicos, que já recolheu vários pareceres, para eventual procedimento disciplinar.
42 anos. Cancro no fígado. Um prognóstico de dois meses de vida. Vale ou não a pena tentar um novo tratamento? Recente, muito menos tóxico, muito mais caro do que os outros. Milhares de euros por mês. Quanto vale um mês de vida? Quem decide?
Estas são questões com que os médicos oncologistas frequentemente se confrontam. Mas, muitas vezes, a resposta não lhes pertence e as suas decisões são desrespeitadas por motivos economicistas.
As administrações dos hospitais de Santa Maria, S. João e da Universidade de Coimbra admitiram, já em 2006, que estavam a restringir a entrada dos medicamentos mais recentes para os tratamentos oncológicos, devido ao seu alto preço, como, aliás, o PÚBLICO noticiou. As restrições eram justificadas como uma forma de conseguir cumprir o limite de aumento da despesa, de quatro por cento, estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Medicamentos caros
O presidente do Colégio de Oncologia da Ordem, Jorge Espírito Santo, destaca a questão ética que se impõe aos médicos: embora reconhecendo os altos preços destes medicamentos, lembra que ao médico compete, em primeiro lugar, a "defesa do interesse do doente e da sua qualidade de vida".
O bastonário da Ordem, Pedro Nunes, defende a criação de um organismo central que decida, de acordo com regras estabelecidas, este tipo de questões. E apela a quem conheça casos concretos para os denunciar à Ordem dos Médicos. Pedro Nunes promete o "apoio aos doentes" que recorram à justiça e compromete-se a "denunciar os casos de doentes que estejam a ser lesados nos seus direitos".
Questionado pelo PÚBLICO, Jorge Espírito Santo frisou que "é o critério do médico que tem de determinar se aplica ou não determinada terapêutica", tendo em conta a possibilidade de "transformar uma doença incurável numa doença crónica e garantir a qualidade de vida do doente". Contudo, o que parece estar agora a generalizar-se é a recusa ou "falta de resposta" das comissões de farmácia e terapêutica dos hospitais à prescrição de novos medicamentos que são muito menos tóxicos mas bastante mais caros, explica Espírito Santo.
Este foi o motivo que terá estado na origem do processo agora em análise na Ordem dos Médicos, com base numa queixa apresentada por um clínico que queria prescrever um antineoplásico a um doente oncológico. Este tratamento estava calculado em cerca de 2500 a 3000 euros mensais.
Entre o compasso de espera da resposta da administração, muitas vezes os doentes morrem.
Quando o medicamento não está licenciado no mercado português, a resposta cabe à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que, por vezes, veta o pedido sem ver os doentes e sobrepondo a sua decisão ao parecer médico, critica Jorge Espírito Santo.
O médico não deixa de ter em conta o elevado preço destes tratamentos, mas defende a necessidade de uma "regulação" e diz que estes problemas "têm de ser decididos noutro foro".
Para Espírito Santo "a restrição terapêutica é inaceitável", o controlo de custos "não se resolve restringindo mas racionalizando e regulando".
Em declarações ao PÚBLICO, o bastonário Pedro Nunes diz não se admirar que "haja resistência a gastar dinheiro", porque são situações que envolvem "por dia muitos milhares de euros".
Nos casos de prognóstico muito reservado, tanto em contextos de cancro como de sida "às vezes há tendência para pensar se vale a pena". Todavia, nota, é "inaceitável" que os médicos não sejam envolvidos nas tomadas de decisão de impacto económico.
Para a solução deste problema, o bastonário da Ordem dos Médicos defende a existência de "um organismo criado por médicos que estabeleça regras para os diferentes casos com base em critérios clínicos". Nos hospitais portugueses, o tratamento dos doentes oncológicos já sem expectativa de cura é decidido segundo o "critério individual" dos médicos, diz Pedro Nunes, considerando que este "é o pior dos sistemas".
2500 a 3000 euros mensais é o custo do tratamento que foi recusado e que está a ser objecto de um processo na Ordem

10:13 AM








IsaLenca said...
Umbigo, a nova porta dos cirurgiões in Expresso Online
Uma equipa de médicos espanhóis retirou, através do umbigo, um rim a uma paciente diagnosticada com cancro renal sem acrescentar qualquer cicatriz ao corpo

Já pensou para que serve o seu umbigo? Depois de fechado, o orifício por onde passaram os vasos sanguíneos de comunicação com a sua mãe enquanto esteve no ventre materno pode parecer-lhe inútil mas os avanços recentes na medicina descobriram-lhe uma nova função. À procura de cirurgias cada vez menos invasivas, especialistas de todo o mundo estão a virar-se para o umbigo como porta de entrada para o interior da cavidade abdominal de forma simples e sem rasto de intervenção.
Aqui ao lado, em Espanha, uma equipa do Hospital Clinic de Barcelona acaba de realizar uma cirurgia inédita: retirar, através do umbigo, o rim de uma paciente de 85 anos, diagnosticada com cancro renal. A intervenção foi realizada no passado dia 17 de Fevereiro e a paciente recebeu alta três dias depois, mas os resultados só foram divulgados ontem, por ocasião do Dia Mundial do Rim. Também ontem, outra unidade catalã, o hospital de Santa Creu i Sant Pau, apresentou os resultados de dois pacientes que foram submetidos a operações de extracção do baço através do umbigo.
No primeiro caso, a equipa do Hospital Clinic recorreu a uma técnica baptizada nefrectomia trans-umbilical de acesso único, que permite realizar uma intervenção sem rasto de cirurgia já que a pequena incisão realizada aproveita as pregas naturais do umbigo para esconder-se. Os cirurgiões usaram uma ferramenta especialmente concebida para operar, com precisão e segurança, através do umbigo, manejando simultaneamente três instrumentos que permitiram retirar o órgão.
"Esta nova porta de entrada apresenta numerosas vantagens, já que, além da estética, ao não deixar cicatrizes, os tempos de recuperação dos pacientes reduzem-se a metade. O risco de hemorragias é menor porque a zona está pouco vascularizada e a dor é mínima, porque há poucas terminações nervosas", explicou ao diário espanhol "El Mundo" o chefe de serviço de Urologia do Hospital Clinic, António Alcaraz.
A intervenção representa um avanço em relação a laparoscopia, já que, em vez de utilizar os orifícios naturais do corpo, utiliza um acesso único para extrair órgãos afectados pelo cancro e outras doenças, nomeadamente nos rins, próstata, útero, ovários, etc. Apesar de pioneira em Espanha, esta operação já vem sendo realizado noutros pontos do globo.

6:09 PM

2 comentários:

Anónimo disse...

Cerca de 3000 euros mensais era o preço do medicamento que me foi administrado durante um ano, após a quimio.

Cris Vic

Alda disse...

É um direito!Descontamos para isso!

Beijinho Cris!