segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cancro só merece 3,9% do Orçamento


Cancro só merece 3,9% do Orçamento
Ontem jornal de Notícias
IVETE CARNEIRO
As doenças oncológicas contam com apenas 3,9% do orçamento da Saúde, contra os 9,14% atribuídos às doenças cardiovasculares. Uma situação que "não pode continuar", adverte o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso.

"Neste momento", os dois grupos de patologias "estão em igualdade" em termos de incidência e mortalidade e a tendência, avisa, é para os casos de cancro duplicarem até 2020 "se não se fizer mais do que se faz agora".

A conclusão é de estudos internacionais e merece a preocupação das autoridades europeias, lembra o médico, numa conversa com o JN tida a propósito da Corrida da Mulher, que hoje junta mais de 15 mil pessoas nas ruas do Porto, revertendo para a LPCC um euro por cada uma delas. "A oncologia está subfinanciada" e ainda são anunciadas medidas de contenção que, espera Vítor Veloso, "não afectem o tratamento".

O subfinanciamento está patente na escassa prevenção primária. Só o Norte tem um rastreios organizado ao cancro da mama, fruto de um protocolo entre a LPCC e o Ministério da Saúde. A doença, recorde-se, regista seis mil novos e mata 1800 a 1900 mulheres por ano em Portugal. É o mais prevalente dos cancros na população feminina e o quarto na população global.

A ainda incipiente prevenção primária faz com que Portugal caminhe ainda em sentido contrário ao resto da Europa. "Nos países considerados civilizados, como os EUA, o Reino Unido, a França, a mortalidade por cancro da mama está a descer. Nós ainda estamos a subir". Inverter a tendência, fruto da dita prevenção - e detecção precoce da doença - só deverá acontecer dentro de cinco a dez anos, alerta Vítor Veloso, lembrando que um rastreio bem feito permite baixar a mortalidade em 30%. Importa aumentar o investimento, defende, por muito que represente um aumento da despesa. "No início, o Estado poderá gastar mais, mas depois acabará por poupar em tratamentos" que, para muitas doentes, se limita a dar uma "melhor sobrevida com qualidade", dado o diagnóstico tardio.

Sensibilizar as mulheres é outro desafio, no qual se inscrevem as corridas da mulher que são feitas há já cinco anos. A de hoje espera bater recordes e manter-se "a corrida ibérica que junta mais mulheres". Aqui, Vítor Veloso apela à sua costela nortenha e lamenta que a iniciativa de Lisboa mereça honras bem maiores nos meios de comunicação. "É um sinal de como o país é tratado pela província".

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3 comentários:

Eliane Furtado disse...

Portugal, Brasil, o mundo enfim ainda não despertou para a epidemia, descaso das autoridades quando se fala em câncer e saúde.
Meu onco de ouro Daniel Herchendhorn estará em Chigago esta esta semana, no maior congresso mundial sobre oncologia. Ele me garante que investimentos tem sido feitos na área de pesquisa. E me prometeu trazer novidades. O que adianta a pesquisa caminhar e as autoridade ficarem olhando?
Adoro sua visita ao meu Blog. Não precisa nunca se desculpar por esta ou aquela ausênica. Me tenha em suas orações.
Estamos juntas para mudar este cenário e ajudar a salvar vidas futuras. beijos

Eliane Furtado disse...

Desculpe pelos errinhos. Pressa, pressa ...em viver.

Alda disse...

Todos juntos nunca seremos demais para lutar por esta causa e pelos nossos direitos!
Obrigado pela visita! Volte sempre, gosto da sua alegria e bom humor!
Beijinhos