sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Avastin não deve ser usado contra o cancro da mama em estado avançado


O Avastin não deve continuar a ser medicado no tratamento do cancro de mama em estado avançado na medida em que, não só não existe prova de que prolongue a vida dos pacientes, como pelos seus graves efeitos secundários. A decisão foi anunciada hoje pela entidade reguladora do medicamento norte-americana Food and Drug Administration (FDA) mas já era esperada há muito tempo.


“Foi uma decisão difícil mas é claro que as mulheres que tomam Avastin contra o cancro da mama correm o risco de efeitos secundários sem que haja prova de que o seu uso providencie um benefício do ponto de vista de atraso do crescimento do tumor que justifique esses riscos”, afirmou Margaret Hamburg, comissária da FDA.

Falhas cardíacas ou mesmo ataques de coração e perfurações em partes do corpo como o estômago e intestinos são alguns dos efeitos secundários provocados pelo Avastin, acrescentou.

Contactado pelo PÚBLICO, o porta-voz do Infarmed - a autoridade nacional do medicamento - diz que "o Avastin é um medicamento aprovado por procedimento centralizado pela Agência Europeia do Medicamento" e "qualquer decisão" caberá ao organismo europeu.

Em Abril, o Infarmed já tinha anunciado que não estava disposto a comparticipar este medicamento por considerar que não trazia um valor acrescentado em relação a outros fármacos na terapêutica do cancro da mama e do pulmão, ao contrário do que defendia a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).

“Na análise que fizemos, não está demonstrado que este medicamento tenha um benefício adicional e portanto o Estado não estará disposto a pagá-lo”, afirmou o então presidente do Infarmed, Vasco Maria. “Não se trata de retirá-lo do mercado, trata-se de dizer que há outras terapêuticas que têm o mesmo efeito, eventualmente com vantagens relativamente a esta”, salientou Vasco Maria.

Por seu lado, o presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Ricardo da Luz lamentava que o Infarmed estivesse a menosprezar o que poderia ser mais uma arma terapêutica nos cancros da mama e do pulmão, apesar de a vantagem parecer não ser tão grande no caso do cancro do colo rectal. “Tratava-se de mais uma arma terapêutica que poderia ser utilizada em determinados casos ao critério do médico e das instituições. Com esta proibição, o Infarmed impede que os médicos possam decidir a sua utilização ou não de acordo com o doente", lamentava.

O Avastin é o medicamento contra o cancro mais vendido em todo o mundo.

Notícia actualizada às 19h12 Jornal o Público

3 comentários:

IsaLenca disse...

Passei para dexar uns beijinhos de saudade.

Bom fim de semana.

Alda disse...

Beijinhos para ti também Isalenca!!!

Também já tenho saudades... muitas!

Alda disse...

Bom fim de semana!!!!!!!!!