sábado, 25 de agosto de 2007

Internada e Isolada

Continuando a minha narrativa do 2º tratamento de quimioterapia.

O médico de oncologia, foi informado do meu estado de saúde.
Disseram para ir ao hospital, que seria logo vista pelo médico. Saí de casa eram 10 da manhã, e estive à espera até às 12,30. Às tantas deitei-me nas cadeiras da sala de espera,porque já não aguentava mais.O meu filho teve que ir chamar uma enfermeira.

Então lá entrei para o consultório, e o médico quando me viu naquele estado, disse-me que teria que ser vista pelo Otorrino! Tinha um grande abcesso! Mas teria que esperar, que ele estava a operar.
Entretanto fui tirar sangue para as análises,e depois passado algum tempo, chamaram-me. O Médico examinou-me, e ao abrir-me a boca diz: Vou ter que lhe fazer uma grande maldade. Eu não conseguia falar! E os meus olhos diziam: socorro!!!

Fez-me uma punção sem anestesia, porque a boca não abria quase nada. Fui picada quatro vezes, e saiu muito, mas muito pus! Foi muito doloroso.Foram momentos dramáticos.

Fiquei internada oito dias, quatro dos quais numa sala de isolamento,para estar mais protegida das infecções.
Passados três dias, sou novamente picada três vezes.

Estes dias foram muito difíceis, estive sempre isolada! Só tinha uma visita, e eram só cinco minutos.
Finalmente fui para a enfermaria da cirurgia!!! Para mim um espaço familiar, onde eu fazia voluntariado. Senti-me quase em casa, já podia ter mais visitas. Foram mais quatro dias ali. Ao todo foram onze dias muito longos.

Estive muito perto de fazer uma septisémia. Mas a sorte protegeu-me, e fui melhorando dia a dia.
Tive alta, vim para casa feliz da vida, mas ainda a fazer muita medicação.

Esta foi uma dura batalha, mas foi vencida! Agora faz parte do passado.

11 comentários:

Anónimo disse...

....
O tormento.... as salas de espera!

Deixei de ser vol. num hospital, só fiquei com o IPO, por não poder, não ter coragem de ser "conivente" (a mim pareceu-me)de assistir à crueza daquelas almas em sofrimento, à espera, horas à espera, e às vezes ... ´´oh meu Deus! como eram acolhidas naqueles cúbiculos! E o médico dízia "dispa-se" e nem olhava para o inocente atormentado.... Óh! homem mijou-se todo... E esse homem todo mijado poderia ser seu avô....

Eu vi isto e muito mais... laura

Alda disse...

Olá Laura

Eu também sou voluntária! E no hospital em que fui operada.
Mas quando vou lá como doente, sou atendida como as outras pessoas. Nunca digo que faço voluntariado.
Os doentes lá, são muito bem tratados.
O pior realmente, é o tempo de espera, nas consultas externas, mas é assim em todo o lado ...O sitema é que funciona mal.

Beijinhos

Aida guimarães disse...

Olá Alda

Pois é, acaba por ser em todo o lado igual. Mas para mim o mais importante continua a ser o tratamento humano, o tempo de espera é secundário. Interessa é que sejamos bem atendidos e isso já sabemos que depende da sorte de cada um. Hás vezes também depende de nós, da maneira como abordamos as pessoas e da maneira como nos defendemos.



Beijinhos

Pedro Miguel Silva disse...

Olá Aldinha, já á muito que queria deixar um comentário no teu blog...
A situação que aqui relatas, foi dificil sobretudo para ti, é daquelas alturas que não esquecemos, o sofrimento, a agonia e não podermos fazer nada para diminuir o sofrimento...quando li o teu relato não consegui evitar uma lagrima, a lembrança de todos os segundos vividos... a força que sempre tiveste para ultrapassar estes momentos é de uma grande mulher, desde que me lembro como ser humano, que és uma grande mulher, uma super mãe que adoro e sempre vou adorar para o resto da minha vida. Um beijo do tamanho da galaxia

Nela disse...

Aldinha,

Estás babada! Confessa!
Elogios do filhote são para aconchegar bem perto do coração.

Beijinhos grandes.

(Já passou, já passou e NÃO volta mais!)

Loulou disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Loulou disse...

Alda,

Não deve ter sido nada fácil... e com os tempos de espera, piora tudo.
Também fui uma vez às urgências. Entrei às 8 da noite e sai de lá à meia noite! O meu caso não era grave, então as pessoas piores do que eu, iam passando à frente. Entendo perfeitamente.
Mas como disse a nossa Manuela: já passou! :-)

Uma grande beijoca e continua com os teus relatos, que são uma grande lição de vida

Alda disse...

Olá Aida,

Tens toda a razão! Só queremos ser bem atendidos.
Nem somos muito exigentes.
Um beijinho



Miguel,

Meu querido, fiquei sem jeito, ao ler o teu comentário...
Também fiquei de lágrima no olho.
Foram dias difíceis, para todos nós, mas já fazem parte do passado.

Tenho a sorte, de ter dois filhos maravilhosos. Foi por vós, que lutei. É por vós que vou continuar a lutar.

Um beijo do tamanho da galaxia

Alda disse...

Manela,

Claro que estou babada...confesso.
Uma beijoca



Olá Loulou,

Todas nós passamos, por situações muito parecidas.

Um beijinho

Anónimo disse...

ola Alda,fiquei muito emocionada com o comentário do teu filhote,também tenho 2 que são assim comigo,eu acho que é a nossa compensação pelo que sofremos,beijinho.

Alda disse...

Olá Celeste,

É uma grande felicidade, termos filhos que nos amam,e reconhecem o que nós fazemos por eles.

Beijinhos