quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Para Quem fica...




Quem Fica

Poucas dores doem tanto quanto a da separação de um ser muito querido, que o desencarne retira de nosso convívio.
A primeira idéia que nos vem é a de que perdemos. Perder alguém. Perder a chance de estar com quem tanto amamos.
E o único sentimento capaz de suavizar nossa passagem por estes momentos tão difícies é a FÉ.

A fé nos traz pensamentos confortadores, de que só estamos temporariamente separados, mas não sozinhos.
Torna possível entender que a perda só existe do nosso ponto de vista. No contexto universal, é mais uma destas idas e vindas de Espíritos em evolução.

Aquilo que nos parece um acidente, uma fatalidade, uma cirurgia que não deu certo, muda de figura sobre o pano de fundo da fé. Uma tragédia aos nossos olhos pode ser um grande êxito na jornada espiritual daquele companheiro que parte. O que pensamos que não deu certo, pode ter dado muito certo aos olhos de Deus.

Na verdade, não dispomos de elementos para avaliar o que representa, para nosso irmão ou irmã, a morte de seu corpo físico. Não devemos então duvidar de que Deus esteja, neste exato instante, providenciando para ele o melhor.


Rita Foelker
Foto retirada da net

10 comentários:

Nela disse...

Se aprenderem a desapegar, se aceitarem na vossa vida a perda, que mais não é do que morrer um pouco, se aceitarem na vossa vida a mudança, que mais não é do que deitar fora o seguro, se aceitarem o desmembramento, o corte, a ruptura, o avanço, o contraditório e a exclusão…
Se aceitarem a morte, a vida, o deslumbramento e a queda, a construção e a posterior destruição, se aceitarem o amor e o ódio, sabendo que cada um se vivencia para aprender a vivenciar o outro, se aceitarem morrer para o que são hoje para poderem nascer amanhã pessoas melhores, se aceitarem a morte de tudo o que têm e são, acreditando que o céu nunca vos deixará mal, e que um novo mundo aí vem…
Se fizerem todo este processo, eu vos garanto que a morte física estará cada vez mais longe, pois vamos querer aproveitar este fantástico período de evolução. Quando a morte física chegar irá soar a trombeta anunciando que terá terminado uma das mais duras provas a que os seres de luz estão sujeitos. A experiência da matéria.
E eu vos espero cá em cima, em luz.

Anónimo disse...

Como gostava Alda que essas palavras acabassem com a minha dor, a minha revolta.
Não consigo aceitar a vontade de Deus, perdi a minha Fé, tenhos saudades, doí a alma das lágrimas que ainda não consegui chorar.
Quero o meu Pai, aqui e agora, preciso da tua voz, do seu toque, daquele porto seguro onde sabia que alí estaria sempre a minha ancora.
Foi a vontade de Deus, me dizem, perdoa me Alda, e a minha vontade e a vontade do meu pai?
Continuo zangada, triste, revoltada e não encontro PAZ.
Deus fez as suas escolhas... que raio de escolhas essas que leva quem quer ficar.
Ví poucas horas de ele ir, um rosto em corria lágrimas, agarrado á minha mão e sei que foi, mas não em Paz e desde esse dia, que Paz e Deus se perderam de mim.
Beijos
Desculpa o desabafo.
Vanda

Anónimo disse...

*****
A meditação vai ajudando a arrumar o espírito.
Penso nisto e sinto-me de repente mais tranquila.
Depois vem o menos espiritual vem o "aterrar" naquilo que afinal não vale nada (esta vida na terra) que nos irrita no dia a dia, este andar de cá para lá a imaginarmos que estamos a fazer coisas... E só é obra aquilo que fôr em benefício de outros.
Levei sempre a meditação para que só se passará com boa nota desta passagem breve aqui no planeta, na medida que ajudarmos o semelhante; mente limpinha sem raivas sem ambições descabidas, tendência para olhar para baixo, para o lado... e agradecer.
Amigas, sinceramente não consigo!
Sou demasiado agarrada à terra e a teoria da evolução para a luz ... esvai-se!
É pena.

Vanda: o que sentes é o que nós sentimos todos... não vale a pena enganarmo-nos.
Mas pensa no teu pai com outro pensamento; o corte é terrível mas ele partiu para a "tal" evolução!
Perdeste a fé? Só te resta procurá-la.
Este caminho que se vai fazendo não é para o desânimo mas para a procura da serenidade.
Beijinhos,
laura

Anónimo disse...

*****

É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes:
Mais nada.
Alberto Caeiro (F.Pessoa)

Meditei neste poema.

Alda disse...

Vanda,
Aceitar, é viver melhor! Ninguém pode ir contra a vontade de Deus! Ninguém!!!

Chora, grita, a morte do teu Pai, porque só assim consegues fazer o luto! É preciso fazer o luto!

Ninguém consegue encontrar Paz se está revoltado... a revolta, e a mágua só nos trás doenças... Acredita que assim só te vais destruindo a pouco e pouco!
Desculpa o sermão, mas é com boa intenção. Eu também perdi o meu pai, e tenho muitas saudades dele, ele também me fez muita falta, à minha mãe, ao meu irmão...era ainda muito novo, só tinha 55 anos! Sei que ele é um anjo e está junto de Deus e nos proteje sempre.... E Deus precisa de muitos anjos!
Temos que ser humildes, e aceitar o que nos acontece de bom de menos bom na vida, só assim encontramos a Paz!
O teu pai gostaria de te ver feliz, e não revoltada e amargurada! Pensa nisso!
Procura ajuda, precisas muito Vanda!
Desculpa mais uma vez! Mas só te quero ajudar.
beijinho grande

Anónimo disse...

Obrigada Laura,
Obrigado Alda, se calhar o mal esta em ainda não ter feito o luto, ainda não chorei o que havia por chorar, um nó forte aperta me a garganta e não sai nada.
Talvez um dia encontre de volta o caminho para Deus, mas neste momento nem sei como o fazer.
Beijos
Uma vez mais muito mas muito obrigado.
Vanda

Lina Querubim disse...

* :(

Cristina J. disse...

Também gostava de já ter encontrado esse estado de compreensão...

Vai-se mascarando.

Bjinhos Alda

Isa disse...

É bom lêr-vos e é bom meditar na vida, na perda, no final da vida e no renascimento.
Mas as palavreas sábias da Alda, da Nela e da Laura mostram-nos uma páz interior que habita em vós e que só se consegue com muita meditação, com entrega e com ajuda ao nosso semelhante.
Eu sinto-me de bem com a vida, tenho fé, mas não consigo falar duma separação e duma situação de perda com tanto à vontade, talvez porque a vida me foi adversa muito cedo a esse nível, pois perdi o meu pai com 15 anos e a minha mãe com 16, mas não sinto rancor e também não me zanguei com Deus, mas é uma coisa que me custa muito pensar em separações e perdas desta natureza...
Beijinhos
Isabel

Isa disse...
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